Powered By Blogger

sábado, 26 de março de 2011

10/02/2011 17:34
Projeto fixa piso de R$ 1.020 para agentes de saúde
Arquivo - Diógenes Santos

Alves: adicional de insalubridade e jornada de 40 horas semanais.
Tramita na Câmara o Projeto de Lei 7095/10, do deputado Ribamar Alves (PSB-MA), que fixa em R$ 1.020 o piso salarial dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias. A proposta também limita a jornada de trabalho dos agentes em 40 horas semanais e cria um adicional de insalubridade, entre 20% e 40% do salário, conforme o grau de exposição a riscos.

Segundo o texto, o valor do piso será atualizado anualmente de acordo com a variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O projeto estabelece ainda que o plano de carreira da categoria terá como diretrizes, por exemplo, a valorização e profissionalização dos agentes, e a progressão nas carreiras pelo aprimoramento educacional, profissional e pelo tempo de serviço.

A proposta regulamenta a Emenda Constitucional 63/10, que prevê a criação de lei federal para institui o piso salarial profissional nacional e diretrizes para os planos de carreira de agentes comunitários de saúde e de agentes de combate às endemias.

Tramitação
O projeto tramita em conjunto com o PL 7495/06, do Senado, que regulamenta as atividades de agente comunitário de saúde e de agente de combate às endemias. Uma comissão especial está analisando as propostas, que depois irão a plenário.

sexta-feira, 25 de março de 2011

25/03/2011 16h37 - Atualizado em 25/03/2011 17h44
Por telefone, Dilma diz a Obama que visita foi ‘marco’ na relação com EUA
Presidente dos EUA ligou para agradecer hospitalidade ‘maravilhosa’.
Sem marcar data, Dilma disse que terá ‘prazer’ em visitar os EUA.
Nathalia Passarinho
Do G1, em Brasília
imprimir

Dilma e Barack Obama no Palácio da Alvorada, em
Brasília (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, telefonou na tarde desta sexta-feira (25) à presidente Dilma Rousseff para agradecer a hospitalidade do governo brasileiro durante a visita dele ao país. Na conversa, Dilma disse que a passagem de Obama por Brasília e Rio de Janeiro, no último fim de semana, representou um “marco” na relação entre Brasil e Estados Unidos.
“Dilma recebeu um telefonema do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Ele agradeceu a hospitalidade brasileira, a que chamou de maravilhosa. Dilma disse que ficou satisfeita com a visita e a qualificou de marco na relação Brasil-Estados Unidos”, afirmou o porta-voz da Presidência, Rodrigo Baena.
No telefonema, Obama convidou Dilma a visitar Washington. Sem marcar data, a presidente respondeu ao convite dizendo que “terá enorme prazer em realizar uma visita aos Estados Unidos”.
Dilma ressaltou ainda, segundo Baena, “a importância de se prosseguir com as discussões para que a relação Brasil-EUA tenha resultados ainda mais positivos.”
saiba mais
Brasil vota a favor de envio de relator sobre direitos humanos ao Irã
De acordo com o porta-voz, a presidente aproveitou a ligação para agradecer as referências elogiosas que o norte-americano fez a ela em seu discurso no Theatro Municipal do Rio, no último domingo (25). No discurso, Obama lembrou a trajetória de luta de Dilma contra a ditadura militar.

"Um dos jovens brasileiros envolvidos naquele movimento iria mudar para sempre a história deste país. A filha de um imigrante. Sua participação no movimento fez com que fosse presa e torturada por seu próprio governo. Ela sabe o que é viver sem seus direitos mais básicos pelos quais tantos lutam hoje. Mas ela também sabe o que é perseverar. Ela sabe o que é triunfar. Porque hoje ela é a presidente de seu país, Dilma Rousseff", afirmou Obama, na ocasião.

Segundo o porta-voz, Obama e Dilma não trataram do apoio do Brasil ao regulamento das Nações Unidas que institui um relator para investigar as violações aos direitos humanos no Irã. O voto favorável à medida que constrange o país comandado por Mahmoud Ahmadinejad representa uma mudança de postura do governo brasileiro em relação a Irã.

Nos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil costumava se abster em votações contrárias ao país islâmico.

segunda-feira, 21 de março de 2011

19/03/2011 16h53 - Atualizado em 19/03/2011 16h53
Brasil está pronto para 'contribuir' no Conselho de Segurança, diz Dilma
Governo brasileiro quer ampliação dos membros permanentes.
Veja a íntegra do discurso da presidente Dilma Rousseff.

Do G1, em Brasília
imprimir

A presidente Dilma Rousseff afirmou neste sábdo (19), em discurso que antecedeu o almoço com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que o Brasil está pronto para contribuir com o Conselho de Segurança das Nações Unidas. O governo brasileiro defende a ampliação do número de membros permanentes no Conselho de Segurança.

"O mundo de hoje não é o mesmo de 60 anos atrás. Também aqui, o Brasil tem consciência das suas responsabilidades e, por isso, estamos prontos a dar a nossa contribuição para a paz e a segurança internacionais num Conselho de Segurança das Nações Unidas ampliado, mais equitativo e mais democrático".

Veja a íntegra do discurso abaixo
Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante almoço oferecido ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama
Palácio Itamaraty, 19 de março de 2011

Em nome do povo brasileiro, eu quero reiterar as boas-vindas ao presidente Barack Obama.
Esta visita é uma grande oportunidade para inaugurarmos mais um capítulo de nossa parceria, adequando-a às realidades e aos desafios do século XXI. É motivo de grande honra para mim que esse encontro ocorra nos primeiros meses do meu governo e, mais ainda, no contexto da primeira viagem oficial do presidente Obama à América do Sul. A presença, entre nós, de Michelle Obama, Malia e Sasha e de importante comitiva com autoridades do primeiro escalão, políticos e empresários, reforça o espírito de amizade com que nos reunimos.

Como disse pela manhã, é fato a ser celebrado que a primeira mulher Presidenta do Brasil receba hoje o primeiro Presidente afro-descendente dos Estados Unidos. Isso ganha ainda maior significado quando lembramos que os Estados Unidos e o Brasil são os dois países com a maior população negra fora da África. Nossos países possuem inúmeros traços comuns. Aprofundar as afinidades entre nossos povos, torna os laços de amizade que nos unem mais significativos e duradouros do que uma relação baseada apenas em pactos formais entre governos.

Somos democracias multiétnicas. Temos uma história de luta pela afirmação das minorias, pelo respeito à diversidade e contra a discriminação e a intolerância. Valorizamos a liberdade, a igualdade e a independência entre povos e nações. Prezamos nossas respectivas soberanias.
Hoje, adotamos um comunicado conjunto e uma série de acordos que atestam a densidade das relações entre nossos países. Estabelecemos novos objetivos não só na agenda bilateral, mas também regional e global, com base nos quais queremos construir um ordenamento de paz e de cooperação.

Os Estados Unidos e o Brasil perseguem, juntos, a conclusão bem-sucedida da Rodada de Doha da OMC, com regras de comércio mais transparentes e mais justas. No comércio bilateral, estou certa de que é de mútuo interesse promover a geração de fluxos mais equilibrados, tanto em termos quantitativos como qualitativos. A capacidade e o dinamismo do setor privado dos nossos países é fundamental para atingirmos esse objetivo. Por isso nós cumprimentamos o Fórum dos Dirigentes Empresariais dos dois países.

Presidente Obama,
Como eu já disse hoje pela manhã, o Brasil atual vive realidade econômica sólida e pujante. Orgulha-nos salientar que o progresso alcançado nos últimos anos tenha beneficiado, sobretudo, os mais pobres. Desde 2002, milhões de cidadãos passaram a integrar as faixas de renda média e alta da sociedade brasileira. Esse é um feito histórico de inclusão social. Eu estou comprometida a continuar nessa direção, dando sequência ao governo do ex-presidente Lula, buscando também a erradicação da pobreza extrema no Brasil.

Nosso desenvolvimento também tem sido realizado de forma sustentável, com respeito ao meio ambiente. Nós sabemos que a matriz brasileira uma matriz renovável, mas estamos, aqui, dispostos a fazer uma grande parceria na área de energia, tanto no que se refere à exploração do pré-sal quanto no que se refere à exploração de energias renováveis e limpas, que podem garantir, para toda a humanidade e para o Brasil e os Estados Unidos, um melhor desenvolvimento e de forma mais sustentada. Tenho certeza que conto com a parceria dos Estados Unidos nessa nobre empreitada.

O Brasil do século XXI continua engajado na promoção da harmonia em sua região. Temos orgulho, como eu já disse, de viver em paz, há mais de um século, com todos os nossos dez vizinhos. Estamos empenhados na consolidação de um entorno de paz, segurança, democracia, cooperação e desenvolvimento com justiça social.

Mas o nosso olhar vai mais além, presidente Obama.
Construímos parcerias na África e no Oriente Médio. Alimentamos a legítima esperança de contribuir, sem voluntarismo, na busca de soluções criativas para os grandes desafios contemporâneos, como a promoção de um acordo de paz entre israelenses e palestinos, povos amigos com os quais nos sentimos solidários.

Cooperamos com a Índia e a África do Sul, no Fórum Ibas. Dialogamos regularmente, ao lado de nossos vizinhos sul-americanos, com o mundo árabe, nas cúpulas da Aspa. Mantemos igualmente importante diálogo América do Sul-África, continente a que tanto devemos, no âmbito da cúpula ASA. Integramos, com as economias mais dinâmicas da atualidade, o grupo dos BRICs. Desenvolvemos uma parceria estratégica com a União Europeia. Queremos contribuir para uma “multipolaridade benigna”, fundada numa dinâmica de cooperação livre das assimetrias do passado, geradoras de crises e de instabilidades.

Caro presidente Obama,
O Brasil e os Estados Unidos compartilham convergências que podem se traduzir em sintonia de propósitos no presente e no futuro, se para isso dedicarmos o melhor de nossos esforços.
Os desafios do século XXI são muito complexos. O potencial desestabilizador de crises políticas a que temos assistido é imprevisível e também requer adequação dos mecanismos internacionais de governança política. O mundo de hoje não é o mesmo de 60 anos atrás. Também aqui, o Brasil tem consciência das suas responsabilidades e, por isso, estamos prontos a dar a nossa contribuição para a paz e a segurança internacionais num Conselho de Segurança das Nações Unidas ampliado, mais equitativo e mais democrático.

Presidente Obama,
O senhor pode ter certeza que eu espero que o senhor e a sua família levem de Brasília e do Rio de Janeiro as melhores recordações deste país amigo. Os Estados Unidos e o Brasil são duas nações grandes, com um futuro grande de amizade e cooperação à sua frente. Queremos construí-lo. Com esse espírito, proponho que ergamos um brinde ao senhor, ao sonho de Martin Luther King, o mesmo sonho de brasileiros e americanos. Sonho de liberdade. Sonho de esperança. E, presidente Obama, gostaria de acrescentar: sonho de harmonia e de paz entre todos. Um brinde ao senhor, a sua família e a sua delegação.
20/03/2011 15h03 - Atualizado em 21/03/2011 10h32
Veja e leia a íntegra do discurso de Obama no Theatro Municipal
Presidente dos EUA faz visita ao Brasil neste fim de semana.
Ele fez discurso na tarde deste domingo (20) no Rio de Janeiro.

Do G1, em São Paulo
imprimir

Na tarde deste domingo (20), o presidente norte-americano, Barack Obama, discursou para cerca de 2 mil convidados no Theatro Municipal, na Cinelândia, Rio de Janeiro.

No vídeo ao lado, veja o discurso com tradução. Mais abaixo, o vídeo com áudio original, em inglês, seguido do discurso em texto também em inglês.

Leia a tradução, feita por Luiz Marcondes:

Alô, Rio de Janeiro.
Alô, Cidade Maravilhosa.
Boa tarde, todo o povo brasileiro.

Desde o momento em que chegamos o povo desta nação tem gentilmente mostrado à minha família o calor e a generosidade do espírito brasileiro, obrigado. Quero agradecer a todos por estarem aqui, pois me disseram que há um jogo do Vasco ou do Botafogo... Eu sei que os brasileiros não abrem mão de seu futebol tão facilmente.

Uma das primeiras impressões que tive do Brasil veio de um filme que vi com minha mãe quando eu era muito pequeno. Um filme chamado "Orfeu negro", que se passava nas favelas durante o carnaval. E minha mãe adorava aquele filme, tinha música e dança e como pano de fundo, os lindos morros verdes. Esse filme estreou primeiramente como uma peça bem aqui, no Theatro Municipal.

Minha mãe já faleceu, mas ela jamais imaginaria que a primeira viagem de seu filho ao Brasil seria como presidente dos EUA. Ela jamais imaginaria isso. E eu jamais imaginaria que este país seria ainda mais bonito do que no filme. Vocês são, como cantor Jorge Benjor diz, “um país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza”.

Vi essa beleza nas encostas dos morros, nas infindáveis milhas de areia e oceano e nas vibrantes e diversificadas multidões de brasileiros que vieram aqui hoje. E nós temos um grupo maravilhosamente misturado: cariocas, paulistas, baianos, mineiros. Temos homens e mulheres das cidades até o interior e tanta gente jovem aqui, que são o grande futuro desta grande nação.

Ontem tive um encontro com sua maravilhosa nova presidente, Dilma Rousseff, e conversamos sobre como fortalecer a parceria entre nossos governos. Mas hoje quero falar diretamente com o povo brasileiro sobre como podemos fortalecer a amizade entre nossos países. Vim aqui para compartilhar algumas ideias, pois quero falar sobre os valores que compartilhamos, as esperanças que temos em comum e a diferença que podemos fazer juntos.

Se você parar para pensar, as jornadas dos EUA e do Brasil começaram de formas parecidas. São duas terras com abundantes recursos naturais, terras natais de povos indígenas antiquíssimos. As Américas foram descobertas por homens que vieram do outro lado do oceano como um “novo mundo” e colonizadas pelos pioneiros que ampliaram os territórios rumo ao Oeste atravessando imensas fronteiras. Nos tornamos colônias dominadas por coroas distantes, mas logo declaramos nossa independência e em seguida recebemos grandes quantidades de imigrantes em nossas costas e mais tarde, depois de muita luta, limpamos a mancha da escravidão de nossas terras.

Os EUA foram a 1ª nação a reconhecer a independência do Brasil e a 1ª a estabelecer um posto diplomático neste país. O primeiro líder de um país a visitar os EUA foi Dom Pedro II. Na Segunda Guerra Mundial nossos corajosos homens e mulheres lutaram lado a lado pela liberdade. E depois da guerra, nossas duas nações lutaram para conseguir as bênçãos plenas da liberdade.

Nas ruas dos EUA, homens e mulheres marcharam e sangraram e alguns até morreram para que todos os cidadãos pudessem usufruir das mesmas liberdades e oportunidades, não importa como fosse sua aparência, não importa de onde você viesse. No Brasil vocês lutaram contra duas décadas de ditadura , lutando pelo mesmo direito de ser ouvidos, o direito de ser livres, livres do medo, livres da necessidade. E mesmo assim, durante anos, a democracia e o desenvolvimento demoraram a se estabelecer e milhões sofreram por causa disso.

Mas venho aqui hoje porque esses dias passaram. Hoje o Brasil é uma democracia desabrochando, um lugar onde as pessoas são livres para falar o que pensam e escolher seus líderes e onde um garoto pobre de Pernambuco pode sair de uma fábrica de cobre e chegar ao gabinete mais elevado no país. Na última década, o progresso feito pelo povo brasileiro inspirou o mundo.

Pois hoje metade deste país é considerado classe média. Milhões foram retirados da pobreza. Pela primeira vez a esperança está voltando a lugares onde antes prevalecia o medo. Eu vi isso hoje, quando visitei a Cidade de Deus. Não se trata apenas dos novos esforços com segurança e programas sociais. E quero dar os parabéns ao prefeito e ao governador pelo excelente trabalho que estão fazendo. Mas também é uma mudança de atitude.

Como um jovem morador disse, as pessoas não devem olhar a favela com pena, mas como uma fonte de presidentes, advogados, médicos, artistas e pessoas com soluções. A cada dia que passa, o Brasil é um país com mais soluções. Na comunidade global vocês passaram de contar com o ajuda de outros países a agora ajudar a lutar contra a pobreza e a doença onde quer que elas existam.

Vocês desempenham um papel importante nas instituições globais ao promover nossa segurança como um todo e nossa prosperidade como um todo. E vocês receberão o mundo em seu país quando a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos vierem ao Rio de Janeiro. Vocês sabem que esta cidade não foi minha primeira escolha para os jogos olímpicos, mas, se os jogos não pudessem ser realizados em Chicago, não tem lugar em que eu gostaria mais de vê-los do que aqui no Rio.

Por isso pretendo voltar em 2016 para ver o que acontece. O Brasil foi durante muito tempo um país cheio de potencial, mas atrasado pela política, tanto aqui quanto no exterior. Durante muito tempo o Brasil foi o “país do futuro” e disseram para que ele esperasse pelos dias melhores que viriam em breve. Meus amigos, este dia finalmente chegou. Este não é mais o “país do futuro”, as pessoas do Brasil devem saber que o futuro já chegou e está aqui agora. É hora de tomar posse dele.

Nossos países nem sempre concordaram em tudo. E assim como ocorre com muitas nações, teremos nossas diferenças de opinião ao avançar. Mas estou aqui para lhes dizer que o povo americano não apenas reconhece o sucesso do Brasil, nós torcemos pelo sucesso do Brasil enquanto vocês confrontam os muitos desafios que ainda enfrentam em casa e no exterior, vamos ficar juntos, não são como parceiros sênior e júnior, mas como parceiros iguais, unidos pelo espírito do interesse comum e do respeito mútuo, comprometidos para com o progresso que sei que podermos fazer juntos.

Tenho certeza de que podemos fazer isso. Juntos, podemos aumentar nossa prosperidade em comum. Sendo duas das maiores economias do mundo, trabalhamos lado a lado durante a crise financeira para restaurar o crescimento e confiança. E para manter nossas economias crescendo, sabemos do que é necessário em ambas as nações. Precisamos de uma força de trabalho capacitada e é por isso que empresas brasileiras e americanas assumiram um compromisso de aumentar o intercâmbio de estudantes entre nossas nações.

Precisamos de um compromisso com a inovação e a tecnologia, por isso concordamos em aumentar a cooperação entre nossos cientistas, pesquisadores e engenheiros. Precisamos de infra estrutura da mais alta qualidade e por isso as empresas americanas também querem ajudá-los a construir e preparar a cidade para o sucesso olímpico. Numa economia globalizada, os EUA e o Brasil deveriam expandir o comércio, expandir investimentos, de modo a criar novos empregos e novas oportunidades em ambas nossas nações por isso estamos trabalhando para derrubar barreiras para fazer negócios.

Por isso estamos criando relacionamentos mais próximos entre nossos trabalhadores e nossos empreendedores. Juntos também podemos trabalhar pela segurança da energia e proteger nosso lindo planeta.

Sendo dois países comprometidos com economias mais verdes, sabemos que a solução definitiva ao desafio da energia virá da criação de fontes de energias limpas e renováveis. Por isso a metade dos carros daqui podem circular com biocombustível e a maior parte de sua eletricidade vem de hidroelétricas. E por isso também demos início a uma nova indústria limpa de energia nos EUA. Por isso os EUA e o Brasil estão criando novas parcerias na área de energia, para compartilhar, criar novos empregos e deixar para nossos filhos um mundo mais limpo e mais seguro do que encontramos.

Juntas, nossas duas nações também podem ajudar a defender a segurança de nosso cidadãos. Estamos trabalhando juntos para deter o narcotráfico que destruiu vidas demais neste hemisfério. Buscamos o objetivo de um mundo sem armas nucleares. Estamos trabalhando juntos para aumentar nossa segurança ente hemisférios. Da África ao Haiti, estamos trabalhando lado a lado para combater a fome, doença e corrupção que podem apodrecer uma sociedade e roubar seres humanos de sua dignidade e oportunidades.

Sendo dois países que foram tão enriquecidos pela herança africana, é vital que trabalhemos juntos com o continente africano para ajudá-lo a se erguer. É algo que devemos nos comprometer a fazer, juntos. Hoje também estamos dando apoio e ajuda ao povo japonês em sua maior hora de necessidade. Os laços que unem nossa nação ao Japão são fortes. O Brasil é o lar da maior população japonesa fora do Japão. Nos EUA, solidificamos uma aliança com eles que já tem mais de 60 anos.

Os japoneses são alguns de nossos amigos mais próximos e ficaremos ao lado deles, rezaremos com eles e reconstruiremos com eles até que essa crise esteja terminada. Nestes e em outros esforços para promover paz e prosperidade no mundo todo, os EUA e o Brasil são parceiros não apenas porque compartilhamos história ou por estarmos no mesmo hemisfério, não apenas por compartilharmos laços de comércio e cultura, mas também porque compartilhamos de valores e ideais duradouros.

Ambos acreditamos no poder e na promessa da democracia, acreditamos que nenhuma forma de governo é mais eficaz na promoção de crescimento e prosperidade que alcança todo ser humano, não apenas alguns, mas todos. E aqueles que discordam dizendo que a democracia atrapalha o crescimento econômico devem argumentar com o exemplo do Brasil. Com os milhões que subiram da pobreza para a classe média não o fizeram numa economia fechada controlada pelo estado, mas o fizeram como um povo livre, com mercados livres e um governo que responde a seus cidadãos.

Vocês são a prova de que justiça social e inclusão social podem ser melhor conquistadas por meio da liberdade e que a democracia é a maior parceira do progresso humano. Também acreditamos que em países tão grandes e diversos quanto os nossos, moldados por gerações de imigrantes de todas as raças, fés e culturas, a democracia dá a maior esperança de que todos os cidadãos sejam tratados com dignidade e respeito. E que podemos resolver nossas diferenças pacificamente e encontrar força em nossa diversidade.

Nós sabemos nos EUA como é importante poder trabalhar juntos, mesmo quando discordamos. Entendo que a forma de governo que escolhemos pode ser lenta e confusa. Entendemos que a democracia precisa ser fortalecida e aperfeiçoada com o tempo. Sabemos que diferentes países escolhem caminhos diferentes para atingir a promessa da democracia. E entendemos que nenhum país deve impor sua vontade sobre outro.

Mas também sabemos que existem certas aspirações compartilhadas por todo ser humano. Todos queremos ser livres, queremos ser ouvidos, todos ansiamos por viver sem medo ou discriminação. Todos queremos escolher como seremos governados. Todos querem moldar seu próprio destino. Esses não são ideais americanos ou ideais brasileiros, não são ideais ocidentais, são direitos universais. E devemos apoiá-los em toda parte. Hoje estamos vendo a luta por esses direitos acontecendo no Oriente Médio e no Norte da África.

Vimos uma revolução nascer de um anseio por dignidade humana básica na Tunísia e vimos manifestantes pacíficos, homens e mulheres, jovens e velhos, cristão e muçulmanos, ocupando praça Tahir e vimos o povo da Líbia se defendendo corajosamente contra um regime determinado a tratar com brutalidade seus próprios cidadãos. Em toda parte vimos jovens se erguendo. Uma nova geração exigindo o direito de determinar seu próprio futuro.

Desde o início deixamos claro que a mudança que buscam devem ser impulsionadas pelo seu próprio povo. Mas para nossos dois países, para os EUA e para o Brasil – duas nações que passaram muitas gerações lutando para aperfeiçoar suas próprias democracias – os EUA e o Brasil sabem que o futuro de nosso mundo era determinado pelo seu povo. Ninguém pode dizer ao certo como essa mudança terminará. Mas eu sei que mudança não é algo que devemos temer.

Quando os jovens insistem que as correntes da História estão se movendo, a carga do passado pode ser apagada. Quando homens e mulheres exigem pacificamente seus direitos humanos nossa humanidade em comum é acentuada. Onde quer que a luz da liberdade seja acesa, o mundo se torna um mais luminoso.

Esse é o exemplo do Brasil. Esse é o exemplo do Brasil. Brasil, um país que prova que uma ditadura pode se tornar uma próspera democracia. Brasil, um país que mostra que a democracia entrega liberdade e oportunidade a seu povo. Brasil, um país que mostra que um grito por mudanças vindo das ruas pode mudar uma cidade, mudar um país, mudar o mundo. Há décadas, foi aqui fora, na praça da Cinelândia, o grito por mudança foi ouvido aqui, estudantes e artistas e políticos de todas as correntes ergueram faixas que diziam “abaixo a ditadura”, as pessoas no poder.

Suas aspirações democráticas não seriam realizadas ainda por muito tempo. Mas um dos jovens brasileiros envolvidos naquele movimento iria mudar para sempre a história deste país. A filha de um imigrante. Sua participação no movimento fez com que fosse presa e torturada por seu próprio governo. Ela sabe o que é viver sem seus direitos mais básicos pelos quais tantos lutam hoje. Mas ela também sabe o que é perseverar. Ela sabe o que é triunfar. Porque hoje é ela é a presidente de seu país, Dilma Rousseff.

Nossos dois países enfrentam muitos desafios. Na estrada à nossa frente, com certeza encontraremos muitos obstáculos. Mas no fim, é nossa história que nos dá esperança para um amanhã melhor. É o conhecimento de que os homens e mulheres que vieram antes de nós superaram desafios maiores que estes e que vivemos em lugares em que pessoas comuns fizeram coisas extraordinárias.

Esse senso de possibilidade e de otimismo que primeiro atraiu pioneiros a este mundo. E isso une nossas nações como parceiros nesse novo século. por isso acreditamos nas palavras de Paulo Coelho, um de seus mais famosos escritores, que "com a força de nosso amor e nossa vontade podemos mudar nosso destino. E também o destino de muitos outros”.

Muito obrigado. E que Deus abençoe nossas duas nações.